Projeto de Integração com alunos dos PALOP arranca com encontro de partilha e participação

Teve início no passado 11 de junho, na Pousada da Juventude HI-Ofir, o projeto de intervenção dirigido aos alunos dos PALOP promovido pela Escola Profissional de Esposende (EPE) em estreita articulação com parceiros locais, como a GNR - Escola Segura, a Saúde Escolar e a própria Pousada, onde se encontra alojada a maioria destes estudantes.4.png

A sessão inaugural marcou a Fase 1 – Diagnóstico Inicial do projeto, com uma abordagem centrada nos próprios alunos: as suas experiências, dificuldades, expectativas e ideias, tendo sido precedida de uma auscultação dos alunos, para a definição de um título para o projeto, o que mereceu um número significativo de contributos.

No início do encontro, em que foi apresentada a estrutura do projeto e os seus objetivos, foi apresentado  o resultado do questionário aplicado para a proposição de uma nome, tendo merecido alargado consenso a proposta de nome “MOSAICO”, que terá, em jeito de subtítulo, a expressão crioula “ Nô Sta Li”, que traduz pertença, diversidade e presença ativa.
A partir desta proposta, que está em fase de aprovação final pelos alunos, enquanto destinatários do projeto de intervenção, será desenvolvido um concurso, para o desenvolvimento de um logotipo.

A sessão começou com uma reunião geral, onde o Presidente do Conselho de Administração da Zendensino recuperou a mensagem da primeira reunião havida naquele espaço, com a promessa de intervenção próxima, seguindo a explicação das dinâmicas de trabalho. Nessa sequência, os perto de 70 alunos foram divididos em três grupos, tendo sido, em espaços distintos, dinamizadas rodas de questões em grupo, com base nos eixos temáticos definidos para o projeto, como saúde, convivência, identidade cultural, entre outros.2.png

A dinamização da atividade, em cada um dos grupos, esteve a cargo de colaboradores já implicados em dinâmicas escolares,  no caso um dos eixos foi dinamizado pela Presidente do Conselho e Administração, Carlos Gomes de Sá, e pelo Cabo Rodrigues, da GNR Escola-Segura; um Segundo foi promovido pela Técnica Cristina Azevedo, que tem vindo a coordenar os PALOP na EPE, e pela Psicóloga Ana Ramires, estando o terceiro a cargo da psicóloga e diretora executiva  Rita Capitão, coadjuvada pelas enfermeiras Vânia Couto e Carolina, numa abordagem previa que envolveu, também, a enfermeira Leonor Rosa.

A atividade permitiu recolher contributos muito relevantes e reveladores, que irão moldar os próximos passos do projeto., fazendo-se agora a sua reformulação, em função deste diagnóstico inicial, que será reajustado no início do próximo ano letivo, considerando a entrada de novos alunos e a saída de outros, que entretanto acontecerá.

O envolvimento dos alunos foi destacado por todos os intervenientes como ativo, autêntico e extremamente valioso.  A participação foi expressiva e genuína: surgiram questões muito relevantes e observações valiosas, que permitiram lançar as bases de um trabalho significativo e personalizado, prevendo-se, e desejando-se, o envolvimento de outros elementos, de voluntários a parceiros locais.

3.pngAcredita-se que este projeto venha a representar uma mais-valia real no percurso de integração e capacitação destes jovens, muitos deles longe das suas famílias e contextos de origem, reforçando-se assim os laços de pertença, confiança e inclusão. Por outro lado, assenta, também, no desejo de reforçar a ligação com as famílias, o que se traduz em iniciativas como a transmissão da sessão evocativa dos 500 anos do Nascimento de Camões, assinalada esta semana, com transmissão em direto pela TV Esposende e disponibilização do vídeo no canal da EPE, podendo assim, os familiares dos alunos, nos seus países de origem, assistir a algumas das suas realizações escolares e vivências comunitárias.

Este projeto integra-se numa lógica de ação comunitária mais ampla, não se limitando ao espaço escolar.  A intervenção em curso complementa e reforça ações já implementadas no território, como o projeto “Educação Intercultural no Cávado”, promovido pela CIM Cávado e financiado pelo Fundo para o Asilo, a Migração e a Integração (FAMI 2030-2023-5), no qual a EPE é o único estabelecimento de ensino do concelho a integrar formalmente esta iniciativa, prevendo-se, para breve, o início do registo e divulgação de histórias de vida de percursos de sucesso destes alunos, relevando excelentes processos de integração comunitária.

Articula-se também com o trabalho do Município de Esposende, nomeadamente no âmbito da candidatura a “Cidade Amiga das Crianças” (UNICEF), numa lógica de rede, envolvimento comunitário e complementaridade de esforços, que vai muito para além da escola.